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Conheça o magista pop que influenciou Ozzy Osbourne

  • Foto do escritor: Ronald Villardo
    Ronald Villardo
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de jul.

Capa do livro "Aleister Crowley - A biografia de um mago", de Johann Heyss
Capa do livro "Aleister Crowley - A biografia de um mago", de Johann Heyss

Finalmente terminei de ler “Alister Crowley — A biografia de um mago” (Editora Alfabeto), livro que me foi gentilmente enviado pelo autor, Johann Heyss, que além de escritor também é músico e tradutor. “Iniciação à Numerologia” (Editora Alfabeto) é a obra mais recente de Johann. Entre os romances, é autor de “Às vezes o buraco é mais embaixo” (2017, Editora Patuá), que também está na minha fila.


Antes de compartilhar meus dois vinténs a respeito da biografia, vale a pena fazer uma ressalva. Os amantes de esoterismos em geral tendem a respeitar o conteúdo produzido por Aleister Crowley. Quando digo “respeitar”, quero dizer levar a sério o universo da magia e considerar relevante o que o mago (e alpinista!) escreveu.


Os que não acreditam em manifestações sobrenaturais geralmente seguem dois caminhos. Um deles é desconhecer totalmente Aleister Crowley, ainda que ele tenha exercido forte influência sobre pensadores, artistas e escritores, como Fernando Pessoa, Raul Seixas e Ozzy Osbourne, para falar apenas de alguns.


A outra via é conhecer apenas o Crowley pop, ignorando solenemente os livros, organizações e até o baralho de tarô que ele produziu. Tanta atividade o tornou um dos magistas mais referenciados de todos os tempos. Para o bem e para mal.

Estou no segundo grupo.


Nunca li nada escrito diretamente pelo Crowley, ainda que eu já conhecesse a fama e a importância dele para quem acredita em mágicas.


NÓS TEMOS MÁGICAS…

Ou melhor, “mágicka”, com “ck”, como Crowley preferia escrever. O motivo, segundo aprendi no livro de Heyss, era diferenciar a magia supostamente séria daquela praticada por ilusionistas. De quebra, a grafia também serve para identificar, entre os iniciados, aqueles que compram as ideias mágicas do mestre daqueles que as desprezam.


Este é um truque usado até hoje por líderes de seitas, que criam símbolos discretos para identificar a inclinação ideológica de quem com eles interage. Quem escreve “mágicka”, portanto, provavelmente acredita que tal coisa existe. É desnecessário dizer que escrevo a palavra como manda o dicionário.


Este nariz de cera gigantesco é quase um “disclaimer”. Explico: como qualquer líder de seita, Crowley tem seguidores aguerridos, sempre dispostos a brigar por suas ideias ou corrigir qualquer imprecisão que seja dita sobre o mestre maior.

Sim, eu sei. Neste momento, seguidores de Crowley, da O.T.O, do Novo Éon — e de algumas outras ordens — que leem este texto já estão reagindo mentalmente ao que escrevo.


É provável que argumentem que Thelema não é uma seita, uma vez que o mote thelemita é o da liberdade; e que eles, os seguidores, têm plena consciência de que o britânico que nasceu rico em 1875 e morreu na miséria em 1947 foi um personagem polêmico.


AUDACIOSO

Heyss fez o trabalho audacioso e impressionante de resumir a vida de um personagem tão documentado como Crowley num único volume de 283 páginas.

Com uma escrita fluida, precisa, ponderada e aplicando o máximo de filtragem possível, o que se lê na publicação de 2023 da editora Alfabeto é um retrato bem equilibrado de um dos maiores personagens do ocultismo pop dos séculos 19/20.

Por meio do livro, ainda descobri uma relação entre Crowley e L. Ron Hubbard, este um dos meus líderes de seita favoritos por conta da cara de pau com que conta suas lorotas para o povo da Cientologia. Não vou revelar como a conexão acontece porque seria um spoiler. Leia o livro do Heyss. Vale a pena.


NO CREO…

Nós, brasileiros, adoramos uma magia. Do Santo Antônio virado de cabeça para baixo até a conversa com entidades afrobrasileiras nos terreiros, tudo nos cai irresistivelmente bem. Até eu já tive meus momentos de levar chakras a sério, fazer mapa astral e jogar aquele tarô de Marselha ensebado.


Felizmente, já me livrei das crendices criadas pela sensacional mente humana que insiste na na busca de algum sentido para a aleatoriedade que resultou na nossa banal existência.

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