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AI discontrol: humano tenta escapar da artilharia digital

  • Foto do escritor: Ronald Villardo
    Ronald Villardo
  • 10 de jul.
  • 3 min de leitura


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Por algum motivo tenho sido bombardeado com anúncios de aplicativos de AI diariamente. Talvez porque eu seja usuário diário do GPT e do Notebook LM. O app da OpenAI me conquistou quando incluiu links para checagem no resultado consultas. Já o dashboard do Google ganhou meu coração com a funcionalidade de “gerar podcasts”. É uma mão na roda para quem dá aulas de inglês para alunos tão interessantes quanto os meus.


Já na minha outra atividade, a de jornalista, quase não utilizo AI. Não estou oficialmente empregado em nenhuma redação neste momento, ainda que mantenha uma coluna semanal no Gshow, as duas colunas na CBN e seja um colaborador eventual do Globo, onde trabalhei por 15 anos. Isso quer dizer que não escrevo tanto quanto meus colegas que estão no perrengue do ciclo ininterrupto de notícias, que exige uma velocidade cada vez mais insana dada a rapidez do ambiente digital. E eu AMO escrever.


APOCALIPSE

Sendo assim, não haveria motivo para terceirizar a coisa que mais amo fazer na vida para um aplicativo de inteligência artificial. Como diz minha bio no Instagram, “Perfil AI-FREE. Toda burrice aqui publicada é essencialmente humana”. E todo esse nariz de cera é para dizer que estou de boa com IA. Não sou inimigo da tecnologia. Pelo contrário, sou entusiasta. Sou um jornalista nascido no ambiente digital, ainda que idoso. Desde 1999, escrevo e edito sites, desde o saudoso erikapalomino.com.br até a home do site do Globo, o Rio Show, e alguns especiais bem bacanas no currículo.


O que eu não estou dando conta é da avalanche de anúncios de IA, links para IA e vídeos sobre IA que me têm sido oferecidos todos os dias, o dia inteiro, pelos algoritmos das redes e do Google (e suas redes). É o dia inteiro sendo impactado por gente gritando “Não assine o GPT agora!”, “E se eu te dissesse que…”, “Espera só um minutinho para eu te…”… e nesta última semana contei uns dez vídeos na minha página inicial oferecendo os comentários de alguém sobre as declarações do ex-engenheiro da OpenAI sobre o Apocalipse.


Eu sei que roteiristas, jornalistas, designers, médicos — sim, médicos -, arquitetos, professores… enfim, um monte de profissões terão que se adaptar ao novo mundo da IA. No último Web Summit, meu evento favorito depois da Bienal do Livro, um compositor americano deu uma palestra em que defendia o uso “inevitável” da IA nas composições musicais. E sabemos que tudo isso tem gerado discussões sobre direitos autorais, só para ficar na superfície. Há muito em jogo.


Mas o que eu realmente gostaria que a AI entendesse é que EU DECIDO QUANDO USÁ-LA! O Gmail não precisa abrir o campo do email com uma IA de texto ativada. O Word não precisa abrir o arquivo perguntando “O que você vai escrever hoje?” (essa eu consegui desativar), e o WhatsApp não precisa me mostrar aquela bolinha azul girando toda vez que eu tento mandar uma mensagem a um amigo.


IA, ME DEIXE EM PAZ!

A escolha de quando e onde usá-la é minha e minha somente. Pare de aparecer na minha frente quando não solicitada.Desnecessário dizer que a mera publicação deste texto deverá impulsionar ainda mais os conteúdos relacionados à minha navegação diária. Paciência. Depois eu faço outro texto reclamando mais. Até porque este aqui já está longo, longo demais. Será que seria melhor resumi-lo? Deixa eu perguntar ao GPT…

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